Desde o momento em que comecei a criar misturas naturais à base de ervas, a minha jornada até a Joie foi escrita nas estrelas. Entretanto, ainda que esta jornada não tivesse sido acidental, eu penso que esta conexão com natureza entraria na minha vida de alguma maneira. O resgate dos saberes ancestrais, a ressignificação dos meus ciclos e a reconexão com a natureza trouxeram um novo e acolhedor olhar para quem eu sou. Foi um mergulho para dentro, a famosa sensação de voltar para casa.
Eram cabelos que caíam, era peito que doía, o texto que não saía…Foi uma altura desafiadora/desafiante na minha vida! Quando foi possível, eu pratiquei yoga, comecei a meditar, a conhecer as medicinas da natureza. Em pouco tempo, eu descobri que o que eu estava a viver era um resgate de uma ancestralidade quase perdida. Eu estava afastada da voz da minha intuição, impedida de conectar com as fases do meu ciclo, sem autonomia de ser curandeira de mim com as ferramentas da natureza.
Eu fiquei cada vez mais íntima das ervas, pouco em pouco, vi que o caminho podia ser simples e o que eu precisava estava dentro de mim. Reconheci e ressignifiquei a minha natureza cíclica – acho que este foi o passo mais importante para uma nova relação com a minha essência porque isto ampliou a minha consciência do meu valor. Aprendi a dar voz à minha intuição e passei a ter mais coragem para ser quem eu sou. Com a ajuda da escrita, eu consegui contextualizar o meu ciclo pessoal com o ciclo lunar e identificar padrões físicos e emocionais que moldavam as minhas atitudes.
Temos quatro fases em nosso ciclo menstrual, que duram em média uma semana cada uma e seguem o mesmo movimento cíclico das fases da lua, do sol, das estações do ano. Ao despertarmos para ouvir os sinais que o nosso corpo dá, desfrutamos do que cada fase oferece. Na fase menstrual, por exemplo, vivenciamos um tempo de renascimento, de silenciamento – olhar para dentro e definir intenções para o novo ciclo. Do fim da menstruação até a ovulação, é um momento para aprender coisas novas, por exemplo. Durante a ovulação, fica mais expressar! Nesta fase, a criatividade e a clareza mental estão em alta. Na lua minguante é hora de finalizar projetos e ciclos : “o que quero e o que devo levar para o novo ciclo?”
No best-seller Mulheres Que Correm com os Lobos (ed. Rocco), a psicanalista americana Clarissa Pinkola Estés faz uma analogia – a partir de contos e lendas, da mulher que despertou:
“Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm características psíquicas em comum: percepção aguçada, espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção. Os lobos e as mulheres são gregários por natureza, curiosos, dotados de grande resistência e força. São profundamente intuitivos e têm grande preocupação com seus filhotes, seu parceiro de vida e sua matilha. Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação. Têm uma determinação feroz e extrema coragem.”
Isto soa familiar? Consegue reconhecer uma mulher conectada com a própria essência no seu convívio pessoal? Consegue identificar, na sua família ou no seu convívio, mulheres com o perfil de agregadora? Quem lidera sem autoritarismo? Quem é intuitiva?
Somos todas cíclicas e estamos a despertar, cada uma em seu tempo!
No meio do malabarismo com vários papéis é fácil perder de vista a conexão com o corpo e com a natureza. E, por fazer parte desta comunidade, aqui está um bônus especial que é bom demais para deixar passar: a mandala da lua! Um convite para descobrir e refletir sobre os altos e baixos do seu ciclo. Uma poderosa aliada na sua jornada de autocuidado. Um superpoder: ao conhecer o ritmo do seu corpo será capaz de planejar/planear dias em harmonia com a energia dos seus ciclos. O que antes parecia confuso, agora é previsível e cheio de potencial. É uma jornada transformadora. Um lembrete da magia que existe dentro de si. Que a sua jornada seja tão mágica quanto os seus ciclos!
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