Durante anos eu ouvi que eu deveria amar a mim mesma e eu sentia que, de alguma forma, isto deveria ser verdade, mas eu ficava presa a uma frustração sobre o que isto significava e como praticar o autoamor. Eu já coloquei as prioridades dos outros acima das minhas e já escolhi estar ao lado de pessoas que alimentavam esta dinâmica só para manter este padrão de “sacrifício”. Mesmo quando eu estava ciente do meu comportamento e assumia a responsabilidade por ele, eu ainda ficava perplexa por que os repetia. Eu não tenho a resposta para tudo, mas aprendi que o autoamor é um processo que envolve trabalho, atenção e coragem. O que não me disseram sobre o amor-próprio é que, como qualquer coisa na vida, ele precisa ser aprendido, desenvolvido e praticado. O que não me disseram é que o autoamor não é apenas sobre alimentação saudável, sobre praticar exercícios físico e sobre cuidar da aparência.
Eu observei e reconheci os meus comportamentos sem julgamentos.. Através da prática da atenção plena eu aprendi a observar os meus pensamentos e as minhas emoções. Eu comecei a detectar/detetar os padrões e as reações que eu tinha diante de determinadas pessoas e situações. Eu consegui identificar os meus padrões de pensamento, mas, talvez, o aspecto/aspeto mais poderoso foi dar atenção ao meu corpo. O corpo nunca mente e eu comecei perceber que o meu trabalhava arduamente, avisando-me com uma dor de cabeça, uma dor no peito ou outro sinal físico, por exemplo.
Na prática da atenção plena, enquanto eu observava, eu podia descrever o que percebia. Eu dizia para mim mesma: “eu acabei de colocar as necessidades de fulano antes das minhas” ou “eu acabei de dizer sim para um jantar que eu não quero ir”, etc. Sem julgamentos e com respeito, para eu não cair na armadilha da culpa. Ganhar controlo sobre o meu mundo interior, estar consciente dos meus pensamentos e das minhas emoções foi a chave para impulsionar o amor-próprio.
A auto aceitação e a integração foi um terreno fértil para uma visão realista de mim mesma e, essencialmente, para reeducar – alguns diriam reprogramar, a mente. A aceitação abriu portas para o amor-próprio. Aceitar a verdade sobre mim, até mesmo as verdades desconfortáveis, tomar consciência da minha essência, abriu um mundo de possibilidades para mim na minha jornada de autodescoberta. Eu aprendi a identificar a minha verdadeira essência, os meus valores e as minhas paixões. Eu comecei a respeitar os minhas necessidades, reconheci e fui capaz de diferenciar o que é uma reação genuína e autêntica de um antigo padrão, especialmente porque o elemento compaixão estava envolvido. Eu aprendi a abraçar e integrar aspectos/aspetos muitas vezes esquecidos da minha personalidade e a desenvolver a auto aceitação e harmonia interior. Eu aprendi a nutrir e a fortalecer minha autoconfiança e conheci ferramentas para gerenciar o diálogo interno negativo, cultivar uma mentalidade positiva e aumentar a minha resiliência emocional.
Trazer para a consciência quem eu realmente sou foi absolutamente gratificante, mas não sem altos e baixos, com momentos de medo, de tristeza e outros sentimentos…Eu não fiz isto sozinha e encorajo profundamente um suporte para os momentos difíceis no desenvolvimento do amor-próprio que, para mim, é verdadeiramente, um longo processo. Velhos hábitos demoram um para serem transformados ou transmutados e eu ainda trabalho nisto todos os dias.